Tem coisas nesse armazém

Nesse armazém existe uma arma zen, pedaços de alegrias, pacotes de neurõnios, vidros de paz, sons que podemos ser, hai-cais, poesia e prosa, perfume e cheiro, muita coisa tem nesse armazém

25 dezembro 2012

WAYNE BORING - O PRIMEIRO FANTASMA DE SUPERMAN



WAYNE BORING nasceu em 5 de junho de 1905 em Minnesota e foi o primeiro artista a desenhar Superman, depois de Joe Shuster, um dos criadores do Homem de Aço.
Estudou artes na Chicago Art Institute e na Minnesota School Arts Começou trabalhando como artista profissional em 1937 na National Allied Publications que viria a se tornar  a DC Comics, como ghost em histórias como Slam Bradley, Dr.Occult e Spy, personagens criados por Jerry Siegel e Joe Shuster . O termo Ghost se referia aos artistas que não assinavam seus trabalhos. Prática comum na indústria da época.
Uma rara página assinada por Boring : Federal Men,
revisata Adventure 42 set  39

A mais antiga arte identificável de Boring.
Superman 5, Verão 1940
Quando Superman começou a fazer sucesso em 1938, Joe Shuster briu seu próprio estúdio e contratou alguns desenhsitas da National para ajudarem a ilustrar as histórias, Em 1940, Wayne Boring que viria a ser um dos artistas mais conhecidos que desenharam o personagem numa parceria que durou 30 anos, foi contratado. Essa foi a maior relação que qualquer artista teria com um personagem na história dos quadrinhos. No começo, Boring, como todos os artistas da casa, imitava o jeito de Shuster desenhar mas logo imporia seu estilo próprio que tinha uma igrande influência do criador e artista de Flash Gordon, Alex Raymond.
Uma página completa de Superman 5:
The Slot Machines of Slug Kelley". Verão 1940
 Por volta de 1943 também faria as páginas dominicais e as tiras diárias do personagem numa decisão da National, contrariando o Sindicato dos Quadrinhos.
Quando Stan Kaye (1916-1967) assumiu as tintas em 1943, o estilo Boring
foi estabelecido como o estilo Superman para as próximas duas décadas.
Boring em seu estúdio.
Uma pose clássica de Wayne Boring - Superman andando no ar.

"A Menina do passado do Superman",
Superman 129 maio 1959 por Bill Finger.
Wayne deixou a tira diária em 1948 e voltou a desenhar histórias em quadrinhos, a maioria dos quais com arte-final de  Stan Kaye. Ele se tornou o artista de Superman definitivo da década de 50, observem o olhar pensativo que ele deu ao Superman e Clark, a descontração aplicada às sequências de vôo (em que Superman pareciam estar caminhando pelo ar) e as paisagens espetaculares de ficção científica que ele usou para descrever Krypton e outros planetas alienígenas, criando todo o universo do Superman que serviria de base para quem viesse depois.
"O Super-Homem do Passado"
Superman-113 por Bill Finger e Wayne Boring .

Superman 141 "Retorno do Super-Homem para Krypton" 
por Jerry Siegel e Wayne Boring

Além de ser o Rei da Ação Cósmica, Boring também foi chamado para desenhar a mais emocional história do Superman.  Retorno do Super-Homem para Krypton teve roteiro de Jerry Siegel.

Action Comisc 349 - Abril 67 

Infelizmente, em 1968 com a nova editoria da DC que queria dar uma reformulada na sua linha de quadrinhos, muitos artistas foram para a rua incluindo Wayne Boring, George Papp (criador do Arqueiro Verde) e Sheldon Moldoff (criador do Lanterna Verde e durante muito tempo, Ghost de Batman).




De 68 a 70, Boring trabalhou como Ghost para ninguém menos que Hal Foster fazendo fundos para as páginas dominicais de Príncipe Valente e também passou um curto tempo na Marvel, em 1970.
 Era difícil de acreditar que ao contrário de Joe Kuber e Jack Kirby, artistas antigos, Wayne Boring não estava mais trabalhando na Indústria de Quadrinhos e não era chamado pra nada e acabou indo trabalhar como Segurança numa loja que ficava perto de onde morava.
 Esquecido pela Indústria mas não pelos fãs, que escreviam para ele e faziam com que participasse de convenções de quadrinhos. Nada lhe dava mais prazer do que conversar com os fãs e os fãs gostavam de conversar com ele. Fazia artes de Superman e outros personagens da DC para eles, colhendo um reconhecimento um pouco tardio até que em 1987 faleceu devido a um ataque cardíaco.
uma das últimas artes de Wayne Boring para o Homem de Aço.
 Wayne Boring consolidou o estilo de desenhar Superman para as gerações que viriam depois, influenciando grandes artistas. Suas histórias representam uma época que nunca mais voltará, com tramas ingênuas e pregando valores morais como amizade, lealdade, confiança e honra que ajudaram na formação de gerações de jovens leitores. Hoje em dia com toda essa legião de artistas novos e de técnicas super-apuradas com estilos que vão do hiper-realismo ao mais experimental possível é um prazer pegar um gibi antigo e ler uma boa história dessa época de ouro dos quadrinhos.

25 junho 2012

2° MULTIVERSO COMIC CON - A PRIMEIRA A GENTE NÃO ESQUECE


Depois de um tempo grande escrevendo novamente pra relatar minha experiência na primeira comic con ou convenção de quadrinhos que vou. A 2ª Multiverso Comic Con foi dia 23 e 24 de junho, no colégio marista São Pedro, em Porto Alegre. Evento bem organizado e com muitas atrações. Vários artistas brasileiros que estão botando banca nos EUA, desenhando para as majors Marvel e DC como Eddy Barrows, Rafael Albuquerque, Renato Guedes, Mateus Santolouco e Daniel HDR e um argentino que considero um dos grandes e de quem sou particularmente fã, Eduardo Risso (100 Balas, Batman - Cidade Castigada, Spaceman) além de muitos outros. Também vale registrar a presença dos editores da Panini, Levi Trindade e Fabiano Denardin que estão fazendo um óitmo trabalho a frente dessa editora que dá pra dizer, que é uma das melhores, se não for a melhor, editoras de quadrinhos do país e também do Sidney Gusman, um cara que dispensa apresentações para qualquer fã de quadrinhos atualizado ou não.


Logo na entrada, depois de passar pela revista (segurança reforçada, man) há um postinho de informações com a programação completa do evento a disposição. Tudo bem sinalizado ou seja, ninguém se perdia  - placas indicando os caminhos de todas as atrações do evento.
Uma coisa super-necessária porque além do evento ser mega, o colégio marista também é. São 4 andares numa área mais ou menos de 100x100m  aberto no centro  onde colocaram a praça de alimentação. Além disso, todo o pessoal da organização muito atencioso e educado, não deixava ninguém sem resposta.


Denilson, a lenda.
Depois de passar pelo postinho, tinha a área do pessoal que faz fanzine. Muita gente boa mostrando seu trabalho, batalhando um lugar ao sol e longe do mainstream das majors. É nessa hora que a gente vê a força dos quadrinhos. Conheci o Denilson Reis que é editor de vários fanzines pra mais de 20 anos - participou no Quadrante Sul, um dos primeiros gibis do sul,  cuja primeira edição saiu em 87 e agora há pouco teve sua quarta edição. Olha a batalha do cara! Hoje ele edita e produz 5 fanzines, escreve pra jornal, site e ainda é professor de história e músico.

Antonio e Gustavo do Harley Studio - a nova geração
Do lado dele estava o Antônio Pereira e o Gustavo Borges, uns meninos que tem um estúdio, o Harley. O Gustavo está começando e já tem seu gibizinho, produção independente, o Morte Crews, além de vários projetos. do estúdio

Além desses tinha também o Profecia do Jerry Souza, com uma produção mais artesanal mas muito caprichado e histórias de vários gêneros, e outros como a série Debiloids do Rogério de Souza, com uma visão critica e bem humorada sobre variados assuntos e a revista Gaúcho Negro para colorir.
Super-importante esse espaço porque o fanzine é o laboratório do artista, é onde se testa e se contesta. É onde nascem os grandes projetos e de onde vem os grandes artistas. A independência financeira, mesmo que a duras penas, é o motor do fanzine.
Os Debiloids do Rogério
Bom depois do purgatório, já que estamos num colégio marista, vem o céu ou o inferno dependendo do ponto de vista. O céu para os fãs que poderiam ver alguns dos melhores desenhistas em atividade, desenhando e autografando e disponíveis para conversar, tirar fotos, etc. Inferno para o bolso porque meus camaradas  haja bolso.
a White Russian Society
Eu e o Rafael Albuquerque do Vampiro Americano

Logo na entrada do salão principal, havia o estande da White Russian Society, com Marcelo Braga, Rafael Abuquerque, Gustavo Duarte, Renato Guedes e Eduardo Medeiros - só fera. Comprei as 2 partes de Tune 8 do Albuquerque, que já tinha visto na web e gostado. Também peguei o Taxi do Gustavo Duarte de quem já tenho o Birds e não resisti a um poster-ilustração de Superman do Renato Guedes.
Essa foto com o Rafael Albuquerque quem tirou foi o Levi Trindade da Panini.


Eu e o Renato Guedes - ilustrador do Superman, entre outros.



Print do Renato Guedes. Ao vivo é melhor ainda.
Daniel HDR autografando o meu,  o 4 de 50. My precious. hehehe

Depois fui dar uma olhada por ali e achei o estande do Dinamo HQ Studio, capitaneado pelo Daniel HDR que estava desenhando com uns camaradas e lançando seu mais recente poster edição limitada: Liga da Justiça com os Super-Heróis da Hanna Barbera. Se eu comprei? bom...

Além dos desenhistas o estande estava sendo atendido por uma equipe muito atenciosa e eu morri legal ainda num encadernado Violent Cases do Gaiman e McKean, pero com descontinho camarada.
MUUITO MASSA!
Liga da Justiça Sem Limites e Cavaleiro das Trevas no Dinamo.

Para quem quiser ir aconselhável levar uma reserva legal de grana porque coisas para comprar é que não faltam. E por mais controlado que o sujeito seja, ele gassta e nem sente de tão faceiro que fica. Sabe criança em loja de brinquedos, então...

 Tinha no salão principal uns 5 estandes de livrarias e revistarias, 4 estandes com artistas vendendo seus peixes, ops, albuns e gibis, com direito a autografo, sketch e foto, 4 estandes com camisetas, 2 com brindes, 1 com action figures, etc, etc. De babar. E eu babei, velho!



Até o V entrou na onda do capitalismo selvagem!







CONSELHO JEDI RS


Bom, depois de tudo isso eu subi ao 2° andar para dar uma olhada nas salas temáticas da Liga Comics,e do Conselho Jedi RS 



promocional do lançamento da hexalogia.
O Conselho Jedi é um fã-clube oficial de Star Wars e a sala deles estava muito bacana e bem organizada com  uma coleção das mais fantásticas de itens de Star Wars incluindo posters, estatuetas de resina, entre outras preciosidades.
banner da trilogia original

Pô, Edina essa lojinha leva qualquer jedi a falência. hehehe

Na área de souvenirs, uma infinidade de itens a venda como chaveiros, botons, canecas, copos, adesivos, mousepads, etc, etc.Essa é uma das fontes de receita do grupo.

Eles participam de muitos eventos com essa sala temática mas os planos incluem a realização de uma convenção somente de star wars em novembro - o 8° JEDICON. Espero poder participar.




Algumas peças da coleção do pessoal do Conelho Jedi RS - No Sale. Muito bom!

Peças muito foda que gostaria de ter em casa.

Uma das coisas interessantes da sala. Um cenário para tirar fotos com direito a traje e sabre de luz. Bom, eu não resisti mesmo.
'' - I´m your father, Luke! - Oh, no!'' huahauhauahau
LIGA COMICS

Depois desse mico, resolvi visitar o pessoal da Liga Comics - um grupo formado por amigos das mais variadas profissões e que tem em comum a paixão por quadrinhos. Daí surgiu essa sala temática que é itinerante. Eles já estiveram em muitos eventos como feiras do livro, comic cons, escolas, etc.


A coleção deles é incrível e tem de tudo um pouco, actions, miniaturas, reproduções, gibis. Na verdade, me distraí e tirei poucas fotos. Fiquei conversando com o pessoal e marquei nessa.
Coleção de Batmóveis da Hotwheels
Superman salva o dia, sempre.

Tem também alguns originais bem interessantes. Uma parte da renda do grupo vem da venda destes além dos cachês das participações em eventos.

alguns originais da coleção do Gelson, o líder do grupo. Reparem no autógrafo.



O Gelson Weschenfelder é o líder do grupo. Além de professor de filosofia o camarada escreveu um livro de ensaios relacionando filosofia e super-heróis. Bem interessante. Depois que ler vou tentar fazer um release aqui no blog.

E olha só quem eu encontrei! heheheh
Praça de Alimentação do evento.
UNIVERSO BATMAN

Uma das coisas que mais me interessavam no evento era a exposição Universo Batman. Fui conferir. A mostra que estava no 4° Andar (haja perna pra tanta escada) era de uma coleção de originais de vários desenhistas e arte-finalistas do Morcego. É uma grande curtição ver os originais do que só se conhece pelos gibis. Ver o trabalho puro sem cor, no nanquim ou no grafite e ter um vislumbre do processo do artista. Não tem palavras que descrevam. 

Banner da entrada
Release com algumas das mais icônicas interpretações do Homem-Morcego
Dá pra notar o motivo que as fotos estão meio inclinadas por este primeiro release. Eram 3 mesas grandes com tampo de vidro e acima delas 3 malditas luzes fluorescentes que davam um reflexo filhadaputa no vidro. O jeito era tirar as fotos desse jeito pra poder pegar os detalhes.
Primeiro plano : Lee Bermejo e Tim Bradstreet - Batman/Deathblow
Segundo plano: pagina de Batman & Robin por Phil Jimenez 
Nanquim de Alex Maalev criado para a exposição de Batman 70 Anos

mais uma página de Batman/Deathblow com foco no Comissário Gordon

Gotham City - Joel Gomez - Print edição limitada

poster autografado da Batgirl por um cara que gosto muito: Dustin Nguyen 

Rafael Albuquerque grafite e nanquim sobre papel - A Batcaverna

Scott McDaniel - Alfred numa história de Asa Noturna.

Inimigos: O Coringa por Bill Sienkiewicz - o cara é muito foda.

Inimigos: Duas-Caras por Chris Bachalo

Outra do Nguyen - uma galeria dos piores e das melhores.
Família Batman - por Daniel HDR - nanquim e papel

Catwoman por Adam Hughes
Inimigos: Uma pagina do Pinguim por Michael Zuli

visão geral de uma das mesas. Sem muito espaço para fotografar.
Eddy, eu e o autógrafo.
Bom depois dessa reverência ao Batman desci para o salão principal do evento. Havia muita coisa pra ver ainda e gente pra conhecer.  

Um cara que estava no evento e que atualmente é um dos brasilieros que está fazendo muito sucesso com seu trabalho na DC,  Eddy Barrows, gente boa e super educado (como todos). Comprei seu Sketchbook e ganhei um autógrafo super-especial ou melhor bat-especial.  hehehe



Espectral e Rorschach. Faltava um comediante. Não faltava nada.

Uma coisa que achei muito interessante foram os cosplays  Achei a Espectral e o Rorschach e pedi pra tira uma foto. E não é que o Batman me sai de papagaio de pirata. 
Eu já estava meio cansadão e ainda não tinha conseguido o que mais queria. Conhecer o Eduardo Risso e autografar meu Batman Cidade Castigada e meu 100 balas vol.1. Na área de autográfos o pessoal estava se revezando e nada do cara. Já estava meio preocupado e o camarada que tomava conta já estava de saco cheio da minha cara. Acho que já estava perguntando de cinco em cinco minutos. A essa hora o evento estava bombando. Ollhei pro lado e vi o Levi Trindade, editor da linha DC da Panini na fila dos autógrafos e la perto da White Russian Society, o Sidney Gusman batia um papo com sei lá quem. Todo mundo numa boa.
De repente do nada, alguém diz, lá vem ele, la´vem ele. Entramos na fila eu e uma multidão. Eduardo Risso, o grande desenhista de 100 balas, etc, etc estava na mesa dos autógrafos. Fui o primeirão! Enfim ia autenticar minhas 2 obras de arte com o mestre. Não quis levar mais porque não queria abusar e tal. Bom, atrás de mim, tinha um cara com umas 20 revistas incluindo os 9 volumes de 100 balas da `Panini. Bom, azar. Lá fui eu. Cheguei na boa, falando em espanhol com o homem, ele é argentino. Cara muito gente fina e simpático. Não só autografou como fez um sketch do Batman no Cidade Castigada. Demais!!!
Eduardo Risso, o cara. Argentino e gente fina.
O momento sublime.hauahuahaua

A obra de arte.
Bom, depois dessa me lembrei que tinha estômago e fui achar alguma coisa pra comer na praça de alimentação. Sentei lá e fiquei dando uma curtida nos cosplays enquanto não chegava a hora do painel da Vertigo. A coisa é muito divertida. Todo mundo curte a brincadeira, tira fotos. Muito bacana mesmo.

No meio dos humanos, os Cosplays
as mais lindas Aves de Rapina
Gavião Arqueiro vs Mônica
A loira é Super. O problema era o primo que não desgrudava. hehehe
Cena Cosplay clássica. Todo mundo se diverte pra c..
Depois disso subi ao palco principal e fui assistir o painel da Vertigo com o Fabiano Denardin, editor da linha na Panini, Eduardo Risso e Rafael Albuquerque. Legal. Muitas perguntas. O pessoal falando sobre seu trabalho. O momento da Vertigo no Brasil que era muito bom e tal. Perguntei ao Risso como era trabalhar com o Brian Azzarello.Ele disse que era meio complicado - o homem mandava umas cinco páginas por semana e não entregava o ouro ou seja, não dava muitos detalhes da trama e dos personagens o que dificultava bastante o trabalho.


Bom, chegou o fim. Eu fiquei só um dia por lá e devo ter perdido muita coisa mas a experiência foi muito válida e super-importante para mim.  O que mais curti nessa comic con não foi a organização, as estrelas, painéis, os cosplays, os originais mas sim o fato de estar junto com gente que gosta do que eu gosto. Que curte gibi, filmes de aventura, arte e todo esse universo vasto e multiplo.  Essa foi a primeira que fui. Espero que seja a primeira de muitas. E pra finalizar uma última foto pra vocês terem idéia do que eu perdi.